A arte de reconciliar-se com os próprios limites
Ninguém consegue ser perfeito em todas as coisas
A limitação é uma realidade profundamente inerente ao humano. Ser gente significa ser essencialmente limitado e marcado pela fragilidade.
Não existem super-homens – por mais que a sociedade e as circunstâncias atuais façam com que muitos acreditem sê-lo –, toda pessoa humana é marcada por algum tipo de imperfeição, com a qual, em algum momento de sua história, terá que se encontrar.
Ninguém é bom em tudo, ninguém consegue ser perfeito em todas as dimensões de sua vida: há quem seja bom no trabalho, mas falho nos estudos; assim como há aqueles que são perfeitos em casa como pais e esposos, mas nunca conseguem ascensão profissional; ainda existem aqueles que são ótimos nos esportes e péssimos na dimensão relacional/afetiva; da mesma forma, há os que possuem muitos amigos, mas não conseguem se firmar em um namoro ou relacionamento sério; e assim por diante. Todos portamos algum tipo de imperfeição e limite, com os quais teremos de aprender a “dialogar” em nossa trajetória pela vida.
A verdadeira virtude consiste em saber, de fato, dialogar com os próprios limites, reconciliando-se constantemente com eles e buscando realmente integrá-los àquilo que somos, visto que somos um “acontecimento” composto por virtude e fraqueza.
A maturidade só será concebida no coração que soube relacionar seus prós e contras, suas virtudes e limites, integrando-os ao que se é (com consciência da própria verdade) e buscando assim potencializar as virtudes e trabalhar as fraquezas.
O autoconhecimento é essencial em todo processo de crescimento e maturação enquanto gente, e principalmente, o conhecimento dos próprios limites. Do contrário, a pessoa será eternamente escrava de uma ilusão desencarnada acerca de si, não podendo crescer e experienciar a alegria e a liberdade que brotam do fato de reconciliar-se com os próprios limites.
Há limites que poderemos vencer, contudo, há aqueles com quais teremos que aprender a conviver… Quem não aceita os próprios limites acabará empregando – inutilmente – uma imensa energia no combate a um inimigo fictício, gerando assim um conflito interior desnecessário, pelo fato de combater uma realidade que deveria, em vez de negada, ser agregada ao todo que o compõe.
O limite é algo natural e até mesmo pedagógico no processo humano: negá-lo seria negar a própria humanidade e dependência do Eterno.
Reconciliar-se com os próprios limites: eis um passo de sabedoria que nos faz mais completos e encontrados em nossa verdade. Tenhamos a coragem de assurmir tal postura e atitude, e contemplemos os belíssimos frutos que procederão de semelhante prática e compreensão.
Adriano Zandoná
verso.zandona@gmail.com
Adriano Zandoná Seminarista e Missionário da Comunidade Canção Nova. Reside na Missão de Cachoeira Paulista. É formado em Filosofia e em Teologia, e está preparando-se para a Ordenação Diaconal. Atualmente trabalha na Rádio Canção Nova, onde apresenta o programa “Viver Bem”. Acesse: blog.cancaonova.com/adrianozandona e acompanhe outros artigos do autor.
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=12031
Trabalho missionário da serva do MUR Niterói via internet e que agora avança para águas mais profundas do Paraíso das Águas,Maceió/Alagoas, Amanda Damasceno Soares, que tem como objeto formar e informar sobre os temas existentes referentes ao MUR. E assim auxiliar quem procurar conhecer a proposta do MUR e da Igreja, uma vez que o MUR pertence a Renovação Carismática Católica, que pertence a Igreja Católica.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Servir e aceitar o outro - Reflexão do Pe. Marcos Pacheco
Um reflexo da nossa mania de grandeza
Uma das realidades mais sérias que trazemos em nós, fruto do pecado original, é a mania de grandeza e a sede pelo poder. Como, dentro de nós, grita uma grande vontade de querermos ser os maiores diante dos outros!
Jesus – muito bem dito isso pelo apóstolo Paulo aos Filipenses – mostrou o itinerário de como sermos grandes, ou seja, o Senhor não se apegou à Sua condição divina, mas assumiu a humanidade de todos nós e esvaziou-se, sendo obediente até a morte e morte de cruz. Este é o caminho.
Na Igreja de Jesus existe – caso contrário seria anarquia – a disciplina e a autoridade; para Cristo, e consequentemente para a Igreja, a autoridade significa serviço, doação da vida aos outros. O maior é aquele que serve, pois há mais alegria em dar do que em receber.
Hoje em dia, muitas pessoas se encontram cegas pelo poder, achando que o poder seja capaz de fazê-las felizes. Pura ilusão, pois a felicidade consiste em darmos a vida pelos outros, procurando sempre estar em último lugar, cedendo o melhor para o outro.
Uma pergunta muito séria é esta, e precisamos respondê-la: estou buscando a autoridade fora de mim, pois dentro do coração nada há pelo fato de eu não estar servindo? Ou minha vida, pela simples atitude de serviço, faz com que eu saboreie a autoridade?
Pelo batismo recebemos essa autoridade e temos de colocá-la a serviço; caso contrário, precisamos buscar fora a autoridade que está em nós e que, nós, a qualquer custo, se preciso for, destruímos o outro para chegar a nossos objetivos.
Uma outra coisa muito séria é quanto ao fato de aceitarmos quem pensa diferente de nós. João e Tiago se enfureceram com aqueles que estavam profetizando em nome de Jesus, mas não O seguiam. ( conf. Lucas 9,46). Somos, também, filhos do trovão; queremos que tudo esteja dentro do nosso monólogo; no qual pensamos que Deus vai fazer o que nós queremos e do jeito nosso.
João e Tiago queriam pôr fogo em tudo; na verdade, destruir e terminar sempre foi mais fácil nesta vida; para tudo. Difícil é virmos com novas ideias e projetos e delicadeza de pensamento. Destruir sempre foi mais fácil; difícil é vir com projetos claros.
Como é difícil conviver e amar aquelas pessoas que pensam diferente de nós, agem de forma diferente, comungam de ideias opostas às nossas! E, muitas vezes, em vez de fazermos dessas diferenças oportunidades de aprendermos e crescermos com elas, nos afastamos delas [pessoas que pensam diferente de nós] pelo preconceito e as rotulamos.
Que Deus Nosso Senhor nos dê a graça de nos colocarmos a serviço uns dos outros e de aceitarmos aquele que pensa, age e se porta diferente de nós.
Padre Marcos Pacheco
Comunidade Canção Nova
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=12032
Uma das realidades mais sérias que trazemos em nós, fruto do pecado original, é a mania de grandeza e a sede pelo poder. Como, dentro de nós, grita uma grande vontade de querermos ser os maiores diante dos outros!
Jesus – muito bem dito isso pelo apóstolo Paulo aos Filipenses – mostrou o itinerário de como sermos grandes, ou seja, o Senhor não se apegou à Sua condição divina, mas assumiu a humanidade de todos nós e esvaziou-se, sendo obediente até a morte e morte de cruz. Este é o caminho.
Na Igreja de Jesus existe – caso contrário seria anarquia – a disciplina e a autoridade; para Cristo, e consequentemente para a Igreja, a autoridade significa serviço, doação da vida aos outros. O maior é aquele que serve, pois há mais alegria em dar do que em receber.
Hoje em dia, muitas pessoas se encontram cegas pelo poder, achando que o poder seja capaz de fazê-las felizes. Pura ilusão, pois a felicidade consiste em darmos a vida pelos outros, procurando sempre estar em último lugar, cedendo o melhor para o outro.
Uma pergunta muito séria é esta, e precisamos respondê-la: estou buscando a autoridade fora de mim, pois dentro do coração nada há pelo fato de eu não estar servindo? Ou minha vida, pela simples atitude de serviço, faz com que eu saboreie a autoridade?
Pelo batismo recebemos essa autoridade e temos de colocá-la a serviço; caso contrário, precisamos buscar fora a autoridade que está em nós e que, nós, a qualquer custo, se preciso for, destruímos o outro para chegar a nossos objetivos.
Uma outra coisa muito séria é quanto ao fato de aceitarmos quem pensa diferente de nós. João e Tiago se enfureceram com aqueles que estavam profetizando em nome de Jesus, mas não O seguiam. ( conf. Lucas 9,46). Somos, também, filhos do trovão; queremos que tudo esteja dentro do nosso monólogo; no qual pensamos que Deus vai fazer o que nós queremos e do jeito nosso.
João e Tiago queriam pôr fogo em tudo; na verdade, destruir e terminar sempre foi mais fácil nesta vida; para tudo. Difícil é virmos com novas ideias e projetos e delicadeza de pensamento. Destruir sempre foi mais fácil; difícil é vir com projetos claros.
Como é difícil conviver e amar aquelas pessoas que pensam diferente de nós, agem de forma diferente, comungam de ideias opostas às nossas! E, muitas vezes, em vez de fazermos dessas diferenças oportunidades de aprendermos e crescermos com elas, nos afastamos delas [pessoas que pensam diferente de nós] pelo preconceito e as rotulamos.
Que Deus Nosso Senhor nos dê a graça de nos colocarmos a serviço uns dos outros e de aceitarmos aquele que pensa, age e se porta diferente de nós.
Padre Marcos Pacheco
Comunidade Canção Nova
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=12032
Nossa vida de oração
Deus quer falar conosco sobre aquelas coisas que não vieram d'Ele
A oração constitui um dos elementos fundamentais da nossa vida espiritual. Santa Teresa de Ávila afirma: "Quem reza se salva; quem não reza se condena". A maior graça que possuímos, a qual nos foi dada no batismo, é poder chamar Deus de "Pai"; podemos e devemos chamá-Lo assim, pois somos Seus filhos no Filho.
Se somos filhos – e o somos! – precisamos estar constantemente na casa do Pai, pois o lugar dos filhos é em casa junto do Pai. Jesus é este que sempre se encontra retirado em profunda oração a Deus.
E o que é a oração? Os discípulos querem aprender e perguntam ao Senhor Jesus como rezar. A oração é o colóquio de amor entre duas pessoas que se amam; é o diálogo mais profundo da vida e da alma com Deus, na certeza de que podemos derramar a nossa vida – com tudo que ela compõe – na presença do Deus-amor.
A essência da minha oração jamais será a fidelidade – sempre estou em oração. Jamais será a piedade – estar todo inteiro na oração. Tudo isso é consequência da oração. A essência da oração é a verdade, a minha verdade acerca de tudo aquilo que sou, vivo e estou sentindo. Na verdade, reza quem toma a atitude de rasgar as vestes na presença do Senhor. Os maiores homens e mulheres da Sagrada Escritura sempre tomaram a decisão de rasgar as vestes diante de Deus Todo-poderoso. O que significa rasgar as vestes? Significa desnudar-se diante de Deus Pai; significa arrancar as máscaras de hipocrisia diante do Senhor, igualzinho o publicano que sobe ao templo para rezar.
Diante do Senhor, o assunto que Ele quer tratar conosco não é sobre as nossas qualidades, os nossos dons, sobre o que temos de maravilhoso e santo. Tudo isso, no máximo, o Senhor quer que venhamos a agradecer e a colocar a serviço dos irmãos, pois tudo isso veio d’Ele; é graça, é dom. O assunto que o Senhor quer falar conosco é sobre tudo aquilo que está em nós que não veio d’Ele – nossos pecados, nossas misérias, nossas infidelidades, nossas feridas… Pois Ele quer transformar tudo isso – ao curar o nosso coração – em dom, em carisma, em vida para dar vida aos outros.
A oração de Nosso Senhor Jesus Cristo era constituída de um polo totalizante, ou seja, Ele rezava a vida toda e toda a vida. Tudo era oração para Cristo; tudo era matéria-prima de encontro com o Pai. O carro-chefe da nossa oração é a confiança. Jesus confia no Pai, ou seja, Ele quer nos ensinar que do Pai só pode vir o que há de melhor para a nossa salvação e realização. Devemos confiar, pois pode um pai dar coisas más para os filhos? Se o pode, nos convençamos de uma coisa: este é tudo, menos pai, pois do pai – se este é pai de verdade – só pode vir coisas maravilhosas.
Todavia, o "vaso", que colherá todas estas maravilhas e que o Pai derrama sobre Seus filhos, chama-se confiança. Com confiança, peçamos e receberemos. Jesus, eu confio em Vós!
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12037
A oração constitui um dos elementos fundamentais da nossa vida espiritual. Santa Teresa de Ávila afirma: "Quem reza se salva; quem não reza se condena". A maior graça que possuímos, a qual nos foi dada no batismo, é poder chamar Deus de "Pai"; podemos e devemos chamá-Lo assim, pois somos Seus filhos no Filho.
Se somos filhos – e o somos! – precisamos estar constantemente na casa do Pai, pois o lugar dos filhos é em casa junto do Pai. Jesus é este que sempre se encontra retirado em profunda oração a Deus.
E o que é a oração? Os discípulos querem aprender e perguntam ao Senhor Jesus como rezar. A oração é o colóquio de amor entre duas pessoas que se amam; é o diálogo mais profundo da vida e da alma com Deus, na certeza de que podemos derramar a nossa vida – com tudo que ela compõe – na presença do Deus-amor.
A essência da minha oração jamais será a fidelidade – sempre estou em oração. Jamais será a piedade – estar todo inteiro na oração. Tudo isso é consequência da oração. A essência da oração é a verdade, a minha verdade acerca de tudo aquilo que sou, vivo e estou sentindo. Na verdade, reza quem toma a atitude de rasgar as vestes na presença do Senhor. Os maiores homens e mulheres da Sagrada Escritura sempre tomaram a decisão de rasgar as vestes diante de Deus Todo-poderoso. O que significa rasgar as vestes? Significa desnudar-se diante de Deus Pai; significa arrancar as máscaras de hipocrisia diante do Senhor, igualzinho o publicano que sobe ao templo para rezar.
Diante do Senhor, o assunto que Ele quer tratar conosco não é sobre as nossas qualidades, os nossos dons, sobre o que temos de maravilhoso e santo. Tudo isso, no máximo, o Senhor quer que venhamos a agradecer e a colocar a serviço dos irmãos, pois tudo isso veio d’Ele; é graça, é dom. O assunto que o Senhor quer falar conosco é sobre tudo aquilo que está em nós que não veio d’Ele – nossos pecados, nossas misérias, nossas infidelidades, nossas feridas… Pois Ele quer transformar tudo isso – ao curar o nosso coração – em dom, em carisma, em vida para dar vida aos outros.
A oração de Nosso Senhor Jesus Cristo era constituída de um polo totalizante, ou seja, Ele rezava a vida toda e toda a vida. Tudo era oração para Cristo; tudo era matéria-prima de encontro com o Pai. O carro-chefe da nossa oração é a confiança. Jesus confia no Pai, ou seja, Ele quer nos ensinar que do Pai só pode vir o que há de melhor para a nossa salvação e realização. Devemos confiar, pois pode um pai dar coisas más para os filhos? Se o pode, nos convençamos de uma coisa: este é tudo, menos pai, pois do pai – se este é pai de verdade – só pode vir coisas maravilhosas.
Todavia, o "vaso", que colherá todas estas maravilhas e que o Pai derrama sobre Seus filhos, chama-se confiança. Com confiança, peçamos e receberemos. Jesus, eu confio em Vós!
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12037
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